Descobertas arqueológicas
O concelho de Oeiras, conhecido hoje pela sua modernidade e inovação, guarda vestígios fascinantes de um passado milenar. Estudos arqueológicos revelaram a presença de castros pré-históricos, pequenas fortificações que indicam a ocupação humana desde tempos remotos. Além desses sinais, foram encontradas estruturas romanas, como vilas e restos de estradas, que atestam a importância da região durante o período romano.
A influência de Roma em Oeiras não se limitou à arquitetura: as técnicas agrícolas introduzidas pelos colonizadores transformaram a paisagem local, impulsionando a produção de cereais, vinhos e azeites. As estradas romanas conectavam Oeiras a Lisboa e outras localidades, tornando-a estratégica para o comércio e circulação de pessoas.
Especialistas destacam que essas descobertas ajudam a compreender como a região evoluiu de um território rural e fortificado para um polo urbano e cultural ao longo dos séculos. Hoje, Oeiras não apenas preserva esses testemunhos antigos, mas também promove iniciativas de valorização do património, permitindo que residentes e visitantes conheçam a riqueza histórica que antecede a modernidade que caracteriza o concelho.
Da Idade Média à Modernidade
Oeiras, hoje conhecida pela sua modernidade, tem raízes profundas na Idade Média. A vila de Oeiras começou a tomar forma nesse período, sendo oficialmente reconhecida como concelho em torno do século XII, consolidando-se como uma comunidade organizada. Sua proximidade com Lisboa conferiu-lhe grande importância estratégica, servindo de ponto de defesa e de apoio logístico para a capital, além de facilitar o comércio e a circulação de pessoas.
A Igreja desempenhou um papel central na vida medieval da região. Conventos e igrejas não só eram centros de fé, mas também de educação, cultura e assistência social, influenciando profundamente a sociedade local. Muitos desses edifícios, alguns dos quais ainda preservados, testemunham a relevância religiosa e social de Oeiras nesse período histórico.
Especialistas destacam que compreender a Idade Média em Oeiras é fundamental para perceber a transformação da região, de território estratégico e religioso, para o polo urbano e inovador que se conhece hoje, refletindo séculos de história que moldaram a identidade do concelho.
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Oeiras na Era das Navegações
Oeiras, século XV – Durante a Era das Descobertas, Oeiras consolidou-se como importante celeiro de Lisboa e centro industrial, com atividades comerciais e manufatureiras em expansão. Documentos de 1448 confirmam que Oeiras, Aljez e Barcarena foram elevados à categoria de reguengo, terras pertencentes à Coroa, garantindo privilégios aos lavradores locais. No mesmo período, surgem as primeiras quintas, como a Quinta de Paço de Arcos, utilizada pela nobreza para caça e lazer, enquanto a construção de palácios e solares se multiplica. No século XVI, a região se industrializa: exploram-se pedreiras e constroem-se os Fornos da Cal em Paço de Arcos, e em Barcarena nasce a Fábrica da Pólvora Negra, voltada à produção de armas. A área também se fortalece militarmente: ergueram-se fortificações na orla marítima, incluindo o Forte da Barra e o Forte de São Lourenço do Bugio, para proteger a entrada do Tejo. Entre os séculos XVI e XVIII, surgem conventos e igrejas, como a Cartuxa, enquanto as quintas agrícolas e vinícolas garantem abastecimento à capital. Oeiras consolidava-se, assim, como ponto estratégico e multifacetado entre tradição, defesa e desenvolvimento econômico.
A Influência do Marquês de Pombal
Nos séculos XVII e XVIII, Oeiras ganhou destaque como palco de transformações arquitetônicas e sociais. A construção do Palácio do Marquês de Pombal marcou um período de grande influência, refletindo o poder e a visão do estadista que liderou a reconstrução de Lisboa após o devastador terremoto de 1755. O palácio tornou-se não apenas residência, mas símbolo de prestígio e de modernização administrativa.
Paralelamente, o concelho assistiu ao desenvolvimento do estilo barroco, visível nas igrejas, palácios e edifícios públicos. As quintas nobres proliferaram, demonstrando a riqueza e o bom gosto da aristocracia, e transformando a paisagem local com jardins elaborados, pavilhões e fontes ornamentais. Esses espaços funcionavam como centros sociais e culturais, consolidando Oeiras como um ponto de referência para a elite lisboeta.
Especialistas afirmam que o período barroco em Oeiras evidencia a transição de uma vila estratégica para um território marcado pelo luxo, cultura e inovação arquitetônica. Hoje, o legado desses séculos permanece visível, lembrando a importância histórica do concelho na formação da identidade urbana e cultural da região.
O tesouro submerso de Oeiras
Na barra do Tejo, em Oeiras, ergue-se uma das joias menos conhecidas do património português: o Forte de São Lourenço do Bugio. Construído em um ilhote marítimo, é único no país e remonta ao período das grandes fortificações costeiras, tendo desempenhado papel estratégico na defesa da entrada do Tejo contra invasões e piratas. Apesar de sua importância histórica, poucos Oeirenses conhecem a sua existência, e muitos passam pelo estuário sem imaginar que, ali, repousa séculos de história militar. Hoje, o Bugio mantém-se de pé, resistindo às intempéries e à ação do rio, e abre suas portas à visitação em tours organizados durante épocas específicas do ano. Especialistas alertam que conhecer e valorizar este patrimônio é fundamental para preservar a memória da região e estimular o turismo cultural. Para os amantes da história e curiosos, a experiência de atravessar o Tejo de barco e chegar ao forte é única, permitindo observar de perto a engenharia e arquitetura que desafiaram séculos de mares revoltos. O Bugio é, assim, um convite a redescobrir a história submersa de Oeiras e a valorizar o que muitas vezes passa despercebido no cotidiano urbano.
Fábrica da Pólvora Negra
Em Barcarena, escondida entre ruas e quintas, encontra-se a histórica Fábrica da Pólvora Negra, um dos primeiros complexos industriais militares de Portugal. Fundada no século XVI, a fábrica nasceu da necessidade estratégica de produzir pólvora localmente, garantindo autonomia militar ao país e evitando depender de importações. Ao longo dos séculos, o local tornou-se pioneiro no desenvolvimento de tecnologia bélica, com laboratórios, oficinas e depósitos que refletiam conhecimento avançado de engenharia e segurança para a época. A Fábrica da Pólvora Negra foi crucial não apenas para o abastecimento das forças militares, mas também para consolidar Barcarena como centro industrial emergente. Apesar de sua importância histórica, muitos Oeirenses desconhecem sua existência, passando diariamente por um patrimônio que influenciou decisões políticas, econômicas e militares do país. Hoje, restos das estruturas podem ser observados, lembrando que ali se desenrolou parte da história tecnológica e estratégica de Portugal. Especialistas em património industrial destacam que preservar e divulgar a memória da Fábrica é essencial para valorizar o legado histórico de Barcarena e a contribuição decisiva da região para a segurança e desenvolvimento do país.
Rotas verdes revelam história milenar
O Parque dos Poetas, em Oeiras, é muito mais do que um espaço de lazer: é um verdadeiro portal para a pré-história local. Caminhar por suas trilhas arborizadas e ciclovias é agradável, mas poucos sabem que, sob os pés dos visitantes, repousam vestígios arqueológicos do Neolítico e do Calcolítico. Pesquisas indicam que essas áreas foram habitadas por comunidades agro-pastoris há mais de 4.000 anos, sendo locais de habitação, cultivo e primeiros rituais funerários. Escavações em pontos estratégicos revelaram fragmentos de cerâmica, ferramentas de pedra polida e estruturas primitivas de habitação. Especialistas em arqueologia alertam que muitas dessas evidências ainda permanecem preservadas no solo, oferecendo uma oportunidade única para entender o início da ocupação humana em Oeiras. As rotas verdes do município, que incluem parques urbanos e margens de ribeiras, funcionam assim como corredores que unem natureza, lazer e memória histórica. Para os amantes de história, passear pelo Parque dos Poetas é mais do que relaxar: é literalmente pisar onde os primeiros Oeirenses viveram, conectando o presente ao passado remoto de forma inesperada e fascinante.
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