O que é as Festas Juninas?
Durante o mês de junho, o Brasil se ilumina com as tradicionais Festas Juninas, também chamadas de festas de São João, em celebração a São João Batista (24/06) e outros santos populares como Santo Antônio e São Pedro. Trazidas pelos portugueses no período colonial, essas festas ganharam características únicas no país, como as quadrilhas, trajes caipiras e comidas típicas feitas à base de milho, como pamonha, curau e paçoca.
No interior paulista, as festas refletem a cultura caipira, enquanto no Nordeste se destacam pela gratidão pelas chuvas e valorização da vida rural. Além das celebrações brasileiras, países como Portugal, Espanha e Canadá também realizam festas semelhantes com fogueiras e comidas típicas. Em Portugal, as Festas dos Santos Populares em Lisboa e no Porto atraem multidões, com destaque para os casamentos comunitários no dia de Santo Antônio. Já no Canadá, a festa de São João Batista é feriado em Quebec.
Com raízes pagãs e posteriormente cristianizadas, essas celebrações próximas ao solstício de verão do hemisfério norte também são observadas em países como Suécia, Noruega e Rússia, onde as fogueiras, músicas e rituais marcam a chegada do verão. No Brasil, porém, as festas juninas continuam sendo um símbolo de fé, cultura e convivência.
Origem histórica das Festas Juninas
O Dia de São João, celebrado em 24 de junho, remonta ao século IV, instituído pela Igreja Cristã para marcar o nascimento de João Batista, primo de Jesus. A data foi posicionada estrategicamente seis meses antes do Natal, aproveitando o simbolismo solar do solstício de verão europeu. Para os cristãos, João preparava o caminho para Cristo, como destacado em João 3:30: “que ele cresça e eu diminua” — reflexo do simbolismo solar: dias decrescentes após São João e crescentes após o Natal.
As celebrações, inicialmente religiosas, incluíam vigílias, procissões, batismos e fogueiras, com registros desde o século XII na França e Inglaterra. Em Florença medieval, festas incluíam peças teatrais e fogos. No século XVI, festas em Londres reuniam vizinhos ao redor de fogueiras decoradas com flores e ervas. No século XIX, batismos e visitas a fontes sagradas eram comuns, e tochas simbolizavam a “luz ardente” de João.
No Brasil, a festa chegou com os jesuítas no século XVI e foi prontamente incorporada pelos povos indígenas. Nas aldeias da Bahia, fogueiras, danças e música caipira criaram a base da cultura junina, enriquecida com influências africanas. Hoje, festas como o São João de Campina Grande e Caruaru são gigantescos eventos populares, celebrando não só a fé, mas a identidade cultural brasileira.
Escolha um Desafio de Quiz
Descubra mais curiosidades sobre FESTA de são joão
Tradição rural
No Brasil, as festas juninas são marcadas pela forte presença da cultura rural. Celebradas principalmente por agricultores, conhecidos como caipiras ou matutos, os festejos envolvem trajes típicos: homens usam camisas xadrez, calças remendadas e chapéus de palha; mulheres aparecem com vestidos rodados, sardas pintadas e cabelos em maria-chiquinha.
A dança mais popular é a quadrilha, herança do século XIX europeu trazida por portugueses, que simula um casamento caipira em torno da fertilidade da terra. No Sul, destaca-se a cana-verde, estilo improvisado ligado ao fandango. Também são comuns encenações do bumba meu boi, que misturam drama, humor e folclore.
A música que embala as festas é o forró, ritmo tradicional com sanfona e triângulo, cujas letras tratam da vida no campo e da saudade. Versões modernas incluem novos instrumentos como guitarra e bateria.
As festividades incluem ainda brincadeiras voltadas às crianças, como pescaria, corrida do saci, corrida de três pés, jogo de argolas e tiro ao alvo. Muitas dessas celebrações ocorrem em escolas, servindo também como eventos de arrecadação de fundos.
Festa Junina na Alemanha
Na Alemanha, a celebração do solstício de verão — chamado de Sommersonnenwende — tem origens em antigas tradições pagãs. Essas festas ocorriam por volta do dia 24 de junho, coincidente com o Dia de São João (Johannistag), marcando o início do verão. Era comum que jovens acendessem grandes fogueiras, conhecidas como Johannisfeuer, saltassem sobre as chamas e queimassem ervas e flores, como forma de purificação e proteção.
Essas práticas, porém, não agradavam às autoridades religiosas e civis. Em 20 de junho de 1653, o Conselho da Cidade de Nuremberga proibiu tais costumes, considerando-os supersticiosos, pagãos e perigosos devido ao risco de incêndios. Apesar disso, em muitas regiões alemãs, principalmente no sul, as fogueiras de São João ainda são acesas até hoje, especialmente em áreas rurais e nos Alpes da Baviera, preservando uma tradição de celebração ao sol e à natureza.
Embora não seja chamada de Festa Junina como no Brasil, a Sommersonnenwende alemã tem características semelhantes: fogueiras, rituais de fertilidade e danças populares — símbolos ancestrais da ligação entre o ser humano e os ciclos da terra.
Festa Junina Brasil
Celebrada em todo o Brasil, a Festa Junina é uma das manifestações culturais mais importantes do país, especialmente nas regiões Nordeste e Sudeste. Inspirada nos antigos festejos europeus de solstício de verão e cristianizada pela Igreja Católica para homenagear santos como São João, Santo Antônio e São Pedro, a festa chegou ao Brasil no século XVI com os jesuítas, sendo rapidamente incorporada às tradições indígenas e africanas.
As celebrações ganham vida nos arraiais , espaços decorados com bandeirinhas coloridas, palha e balões. As pessoas se vestem como caipiras, com roupas xadrez, chapéus de palha, sardas pintadas e dançam a tradicional quadrilha, encenando um casamento matuto. O forró embala a festa, com instrumentos como sanfona, triângulo e zabumba.
Brincadeiras como pescaria, corrida de saci e tiro ao alvo divertem crianças e adultos, enquanto comidas típicas — milho cozido, pamonha, canjica, pé de moleque e quentão — reforçam o sabor da festa. Em cidades como Caruaru (PE), Campina Grande (PB) e em centenas de municípios da Bahia, as festas reúnem milhares de pessoas e movimentam a economia local.
Festa Junina Dinamarca
Na Dinamarca, a Festa de São João é conhecida como Sankthansaften (“véspera de São João”) e acontece na noite de 23 de junho. A celebração, ligada ao solstício de verão, tem origens pagãs e foi incorporada ao calendário cristão. Antigamente, era o dia em que curandeiros coletavam ervas medicinais, acreditando que teriam mais poder nesse período.
Desde os tempos dos vikings, a data é marcada por grandes fogueiras, originalmente feitas para afastar maus espíritos. Hoje, dinamarqueses se reúnem em praias, parques e áreas abertas para piqueniques, concertos ao ar livre e o tradicional acendimento de fogueiras ao pôr do sol.
Uma das tradições mais curiosas surgiu na década de 1920: a queima simbólica de uma bruxa feita de palha no topo da fogueira, como referência histórica à caça às bruxas ocorrida entre 1540 e 1693. Segundo a lenda, a bruxa é enviada para Bloksbjerg, uma montanha na Alemanha onde supostamente se reuniam com o diabo. Apesar de popular, essa prática é hoje alvo de debates, sendo vista por alguns como inadequada.
Mesmo sem o status de feriado oficial desde 1770, Sankthans continua sendo uma das festas mais queridas do verão dinamarquês.
Festa Junina Finlândia
Na Finlândia, o solstício de verão é comemorado como Juhannus, celebração que tem origens pagãs, quando era chamada Ukon juhla, em homenagem ao deus Ukko. Com a cristianização, a festa passou a ser associada a João Batista (Johannes Kastaja), mas manteve muitas tradições ancestrais.
Na noite de Juhannus, finlandeses acendem grandes fogueiras (kokko) às margens de lagos e do mar. Ramos de bétula (koivu) são colocados na entrada das casas para receber bem os visitantes. Em algumas regiões, é comum erguer o tradicional mastro de verão, inspirado na cultura sueca.
A data também é cercada por rituais populares ligados ao amor e fertilidade. Jovens solteiras buscam sinais do futuro marido: uma tradição manda colher sete flores diferentes e colocá-las sob o travesseiro para sonhar com ele. Antigamente, havia quem se ajoelhasse nua diante de um poço para ver o reflexo do futuro companheiro.
Outro destaque da celebração é a “noite branca”, quando o sol mal se põe devido à localização do país próxima ao Círculo Polar Ártico. Muitos finlandeses deixam as cidades para comemorar em casas de campo, aproveitando o calor do verão com sauna, churrasco e festas entre amigos e familiares.
Escolha um Desafio de Quiz
Voltar