O Desafio Técnico por Trás do Vestido
A cena final de A Pequena Sereia (1989), onde Ariel aparece com um deslumbrante vestido prateado, é uma das mais marcantes e tecnicamente desafiadoras da animação. O efeito de brilho do traje foi feito inteiramente à mão, quadro a quadro, exigindo um trabalho minucioso dos animadores. Na época, técnicas digitais ainda não eram amplamente utilizadas, o que tornou essa cena um feito impressionante.
Cada centímetro do vestido foi cuidadosamente iluminado para criar um efeito mágico e etéreo, reforçando o tom de conto de fadas do filme. O brilho suave do tecido simboliza a transformação definitiva de Ariel em humana e seu novo começo ao lado do Príncipe Eric.
Além da complexidade técnica, a cena se destaca visualmente, sendo considerada uma das mais belas do longa. O esforço da equipe de animação resultou em um momento icônico, que continua encantando gerações de fãs. O vestido prateado de Ariel se tornou inesquecível e até hoje é lembrado como um dos figurinos mais mágicos da Disney.
O Impacto do Cabelo Vermelho de Ariel
O icônico cabelo vermelho de Ariel em A Pequena Sereia (1989) foi uma escolha revolucionária no mundo da animação. A decisão de dar à protagonista fios vibrantes surgiu para diferenciá-la da sereia do filme Splash – Uma Sereia em Minha Vida (1984), que tinha cabelos loiros. Os criadores queriam evitar qualquer semelhança entre as personagens, garantindo que Ariel tivesse uma identidade visual única.
Além do impacto estético, o tom avermelhado foi um desafio técnico para os animadores da Disney. Trabalhar com cabelos vermelhos debaixo d’água exigiu inovação nas técnicas de coloração e movimentação, já que a tonalidade poderia se perder nas cenas subaquáticas.
Na época, também houve debates sobre a aceitação do público, pois muitas sereias da cultura popular eram retratadas como loiras. No entanto, a escolha ousada deu certo, tornando Ariel uma das princesas mais memoráveis da Disney. Seu cabelo vermelho vibrante se tornou uma marca registrada da personagem e inspirou diversas adaptações ao longo dos anos.
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Representação Rara de Personagens Canhotos
Ariel, a protagonista de A Pequena Sereia (1989), é uma das poucas princesas da Disney retratadas como canhotas. Essa característica inusitada foi incorporada à animação devido à dubladora original da personagem, Jodi Benson, que também é canhota.
Os animadores da Disney frequentemente se inspiram em traços dos dubladores para dar mais autenticidade aos personagens. No caso de Ariel, suas expressões faciais e até gestos foram baseados em Jodi Benson durante as gravações. Como resultado, Ariel foi desenhada escrevendo e segurando objetos com a mão esquerda, algo raro entre protagonistas de animações.
Essa atenção aos detalhes tornou a sereia ainda mais única entre as princesas da Disney, ajudando a reforçar sua personalidade espontânea e autêntica. A escolha também gerou identificação entre os espectadores canhotos, que raramente veem personagens principais compartilhando essa característica.
Inspiração Inusitada por Trás de Úrsula
A icônica vilã Úrsula, de A Pequena Sereia (1989), teve sua aparência e trejeitos fortemente inspirados na drag queen Divine, figura marcante da cena underground dos anos 70 e 80. Conhecida por seu estilo exagerado, maquiagem dramática e personalidade irreverente, Divine influenciou diretamente os animadores da Disney na criação da temida Feiticeira do Mar.
A ideia partiu do designer de personagens Howard Ashman, que também foi um dos responsáveis pelas músicas do filme. Ele queria que Úrsula tivesse uma presença marcante, que mesclasse humor e ameaça ao mesmo tempo. Assim, os traços marcantes de Divine foram incorporados, desde o penteado volumoso até a expressão facial carregada e o jeito debochado de falar.
Apesar da forte influência da drag queen, Divine faleceu em 1988, antes do lançamento do filme, e nunca chegou a ver sua versão animada. No entanto, seu legado vive na personagem, que se tornou uma das vilãs mais icônicas da Disney.
A história original de A Pequena Sereia
A história original de A Pequena Sereia, escrita por Hans Christian Andersen em 1837, tem diferenças marcantes em relação à versão da Disney. No conto, a protagonista não se chama Ariel, mas apenas "Pequena Sereia", e os nomes Eric e Úrsula não existem, sendo apenas "Príncipe" e "Feiticeira do Mar". Além disso, o rei tem seis filhas, não sete, e a avó da sereia desempenha um papel importante, ensinando as netas sobre os humanos.
A paixão da Pequena Sereia pelo príncipe surge após ela salvá-lo de um naufrágio, mas não há rivalidade entre o reino submarino e os humanos. Aos 15 anos, ela pode visitar a superfície, mas, ao contrário das irmãs, não perde o interesse pelo mundo terrestre. Para se tornar humana e conquistar o príncipe, ela recorre à Feiticeira do Mar, que exige um preço cruel: além de perder a voz, sua língua é cortada. Sua transformação é dolorosa, e cada passo é como pisar em lâminas afiadas. Diferente do filme, não há prazo de três dias nem beijo de amor, apenas a missão de fazê-lo se apaixonar antes que escolha outra.
O final é trágico: o príncipe se casa com outra mulher, e a sereia recebe uma adaga para matá-lo e recuperar sua forma original. Incapaz de fazê-lo, ela se lança ao mar e vira espuma. Porém, em vez de desaparecer, torna-se uma "filha do ar", um espírito que ajuda os humanos e pode, após trezentos anos, ganhar uma alma imortal.
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